terça-feira, 25 de novembro de 2008

O VELHO CAMINHO

Sei que o verbo hoje tá meio peçonhento, não sofro de TPM mas tudo é possível. RM conta a história da Estrada real, das curvas e montanhas que encantam qualquer estrangeiro, mesmo alguns brasileiros, indica o bem montado site oficial. Mas faltou sinalizar que a chegada a Belo Horizonte pela BR 040, pra quem vem do RIO, era uma das mais belas portas de uma capital deste país. Eu disse ERA – poucos anos atrás serpenteávamos pelas montanhas e, de repente, com um espanto pela surpresa, no alto de uma grande curva, vislumbrávamos enfim a cidade grande, à noite então era uma beleza! Agora avançamos pela estrada e vamos encontrando primeiro as casas dos inúmeros condomínios, alguns cercados por altos muros, depois vemos montanhas salpicadas de mansões peladas de árvores, do lado esquerdo uma quase e imensa favela, entre galpões e anúncios, placas imundas e desconexas. Chegamos ao alto da curva da porta da cidade sem muita surpresa, sabemos que a metrópole está logo ali. E onde antes se viam apenas os telhados das casas e uma favela simpática salpicando o morro, surgem agora paredes de horrorosos outdoors, a câmara municipal derruba por aqui todas as tentativas de limpar a cidade – e ainda colabora para a poluição aprovando corredores de até 10 cartazes emendados uns nos outros. A propaganda nos tira a perspectiva, só nos resta adivinhar, entre as brechas dos tapumes, a cidade lá embaixo. Do lado direito é pior. Antes, deslumbrante a Serra do Curral, que emoldurava a cidade, agora um paliteiro de edifícios de luxo, destinados aos novos pobres ricos, aqueles que acham o máximo morar num prédio de 30 andares, 4 apartamentos por andar, 3 quartos espremidos em 80 metros quadrados, uma minúscula varandinha e 4 vagas na garagem, claro! A Serra não se vê mais, não há brechas de paisagem nesse horrendo paliteiro. Aqui embaixo, milhares de carros se movimentam qual formigas de um formigueiro recém-esmagado, correm desorientados e engarrafados em ruas estreitas até cair na 040, que nesse ponto já virou uma avenida.

5 comentários:

  1. Querida,
    é isso aí, você falou tudo: adianta pouco tentar reanimar o passado, já com o futuro condenado.

    E isto não creio que seja uma questão (meramente) política, mas ética. E aí voltamos ao seu texto de ontem, quando reclamava, com justa razão, das nossas escolas e professores.

    As mineradoras (eu as conheço bem) estão no papel delas, que é minerar - e não se ocuparem de preservar lindas paisagens. Quem deve fazê-lo é a sociedade (CIVIL), através dos diversos instrumentos que a democracia permite, inclusive pressionando, legitimamente, suas câmaras legislativas.

    E pra quem gosta de morar em paliteiro; bem, pra esses desconfio que nem escola salve...

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  2. Mas já que a senhora resolveu mexer no angú, vão aí uns caroços:

    1- O programa Estrada Real, apesar da aparência de parceria público-privada é só um programa chapa-branca mesmo, que usa recursos públicos ou internacionais (com aval do governo estadual);

    2- O dito cujo já tem uns 4 ou 5 anos e apresentou, até agora, resultados muito modestos. Muito trololó e pouco nheconheco...

    3- A senhora pode me dizer, por favor, o que o Alemão, dono de restaurante, entende dessa merda? Hã?

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  3. Sobre os carços:
    1 - Concordo, jogada inteligente, diga-se de passagem, do sr. Aécio Neves.
    2 - Concordo, modestíssimo.
    3 - O Alemão, nada? Aliás, alemão na estrada real apenas aquele croquete maravilhoso, chegando no Rio... rsrs

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  4. Valeu pela visita sem querer querendo no meu blog. hehehee

    Vou dar uma fuçada no seu tb e ver o q rola.

    Bjoooooooooo

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